Sem controle

Há tanto descontrole

Ser de todo mundo

e ser de ninguém

Ser de mim mesmo somente

E de nada além

Qualquer grito em súplica

Repressões apontadas para minha cabeça

Preu me tornar refém

Mas eu não sou de ninguém

Sou de todo mundo

E ainda sim desconfio

Que vou acabar sozinha

Esqueci de demarcar a trilha

De volta para mim

Eis o meu fim

Só ir

Esqueci o caminho

Me perdi

Percebo o perigo

Mas ainda não o sinto

Há um grito

Entalado na minha boca

E pressão na minha cabeça

Há inconstância na vida

E falta de sentido

Há briga de ego

Violência nas crenças

E saudade da presença

Há anseio de algo

E falta coragem

Há desespero

E uma corrida de desdém

Um furacão de emoção

Espetando cada coração

Vazando nossa vida

Quem escorrem

E se perdem

Em nossa mão

Entre nossos dedos

Na corrida do tempo