Casa de Barro
Eu sou a lacuna
O que sei, deixei
Minha alegria pula dos olhos,
Estaciona nas bordas do teu tempo
E sem tempo
Assisto o dia, assisto a noite
N'um coração barulhento...!
As pérolas são bolhas de sabão ao vento, que tentei pegar
Inda antes do sol clarear as cortinas
Acordarei, mas não chore, querubim de barro!
Assim vai parecer melancólico o meu sentir
Enquanto os tempos correm, vivo
Se corro a esconder-me das palavras
A encolherme, e nas teias prisioneiras...
Não, não!
Inda sou moça das realezas
E o tempo escorre lento pelas páginas
Desmanchando minhas casas de barro