Escultura

Quero uma rosa

de belas pétalas...

Uma rosa grave,

sépalas belas, orvalhadas,

vermelhas...

Não. Não a sem cor nem perfume...

Quero uma rosa contundente

de espinhos desarmados

que fira

na ausência da essência

o roseiral.

Não quero a rosa morta,

desidratada e linda,

que mutile a beleza

do jardim

que não exponha sua essência...

Não quero uma rosa rude,

rosa árida...

Irmã gêmea, por sinal,

da que tu és...

Quero expor esta rosa

como atração principal

da minha criação,

no pedestal enferrujado

e sem o epitáfio

que deixastes nascer:

Rosa mutilada, rosa nua;

rosa mal-amada, rosa tua...