UMA JANELA PARA O MAR
Deleito-te em ufana contemplação
O som das águas eleva minha alma
Como um pássaro em plena levitação
Sobrevôo e isso me acalma
A brisa marina excita o meu ser
Traz-me lembranças de inesquecíveis instantes
Dessa janela aberta já não posso conter
A emoção de fruir lágrimas incessantes
O mar na sua nobre grandeza
Evolui em meu ser perenal sensação
Seus Deuses me aconselham com certeza
Abrandando o meu velho e doído coração
Desta janela te vejo e medito
Quão desertos foram os dias meus
Correntezas que levaram tudo que acredito
Deixando apenas um lânguido adeus
Já não me assusta a profundeza do mar
O verde salgado trás uma paz interior
Fico horas debruçado a observar
O som das águas que absorvo com ardor