Notas
Bebemos vinho barato
E choramos lembranças
Vomitamos o mundo
E mergulhamos no abismo profundo
Do nada
Cada vez mais quieto
Os passarinhos cantam bem baixinho
Cantam uma canção que está sempre acabando
As calçadas abraçam os passos apressados
Dos escravos desesperados
Por um gole de liberdade
Jesus Cristo todo em um dia
A Cruz que carregamos nos mata
Já nos condenou ao Inferno futuro dos nossos dias
Continuaremos mortos-vivos
Reféns de vida
Aguardando o enterro tão libertador.
A vida é pra quem se mostra
Quem aparece se encontra
Num abraço apertado
Ao Beijo proibido
Do cheiro de mãe
Ao toque da noite
Vítimas da felicidade desenhada em cores vibrantes
Por uma criança que acredita em conto de fadas.