Notas

Bebemos vinho barato

E choramos lembranças

Vomitamos o mundo

E mergulhamos no abismo profundo

Do nada

Cada vez mais quieto

Os passarinhos cantam bem baixinho

Cantam uma canção que está sempre acabando

As calçadas abraçam os passos apressados

Dos escravos desesperados

Por um gole de liberdade

Jesus Cristo todo em um dia

A Cruz que carregamos nos mata

Já nos condenou ao Inferno futuro dos nossos dias

Continuaremos mortos-vivos

Reféns de vida

Aguardando o enterro tão libertador.

A vida é pra quem se mostra

Quem aparece se encontra

Num abraço apertado

Ao Beijo proibido

Do cheiro de mãe

Ao toque da noite

Vítimas da felicidade desenhada em cores vibrantes

Por uma criança que acredita em conto de fadas.

Luiz Davi
Enviado por Luiz Davi em 08/08/2018
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