Toda a Verdade

Selada a sete chaves

A boca fechada

As mãos, me cala

A boca fechada.

Selada a sete chaves

esquecida, de tão guardada, mas

Olhos cerrados

por dentro enxergam

Toda a Verdade.

Pudera eu

abri-la.

Pudera eu

livrar-me

desse beijo maldito

eterno

nefasto

perverso

mantido em meus lábios

(o gosto é de sangue)

enquanto encerro em mim

(enquanto encarcero a mim)

Toda a Verdade.

Pudera eu, em direito

abrir Toda a Verdade

Como uma flor na primavera.

Pudera eu, pudera eu

abrir a verdade

sem perder as pétalas, sem perder

minha própria Felicidade.

Pudera eu, pudera eu

ser livre... E não mais omitir

não mais mentir

não mais guardar

os lugares onde meus pés infantis

percorreram sem saber...

Perigosos lugares que meus pezinhos infantis

percorreram sem saber

que perigo corriam.

(Era por curiosidade...)

Quisera eu afirmar com propriedade,

pudera os outros desculpar-me.

Pudera eu ter forças e trazer em som

do oceano aos céus

aos sete cantos

(a sete chaves)

Toda a Verdade...

Alecrim Cristal
Enviado por Alecrim Cristal em 25/07/2018
Reeditado em 25/07/2018
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