ANDEI POR AÍ...
Embaixo deste céu de cobre
E deste sol flamejante
Andei por aí, sem destino, distante
Calquei os cascos do cavalo no solo árido
Levantei poeira e suei saudade e solidão...
Tal qual os canyons que se avolumam no horizonte deserto
Tão longe e tão perto, ante os meus olhos
Com os ventos que uivam incertos,
Sou eu cowboy sem pátria, sem oeste
Embaixo deste céu, sobre este chão...
Andei por aí colhendo folhas secas
Rasgando as campinas, palmeando noites frias, sem lua
Ouvindo o choro triste de uma gaita manhosa
Lembrando de casa, da dona que lá eu deixei...
O cheiro quente do café, o perfume da mulher, o riso das crianças...
Tanta lembrança levo comigo no lombo deste meu cavalo
E num estalo, meu coração cria asas, eu volto pra lá
Atrás de mim,
Um rastro de silêncio e poeira vermelha
Marcando os caminhos por onde passei
Enquanto sozinho,
Andei por aí...
By Nina Costa, in 03/06/2018.
Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.