Depressão como sair?
De repente aqui estou, cansada de ver o mundo de ponta cabeça,
Sou uma peça peculiar que devido a situação financeira, a falta de amigos, o perigo constante que ronda minha mente, me consome.
Sou entristecida. A Vida não têm mais valor, e aos cinquenta e um anos, vejo que nasci só para sofrer, e fazer os outros sofrerem.
Não nasci para ser mãe e tive cinco filhos, um nem chegou a nascer, e num aborto espontâneo se foi em vida com sete semanas e quatro dias. O outro gemelar a primogênita, com 2 anos e 10 meses, partiu, após ter realizado um cateterismo com um ano e nove meses, ficou especial, sem enxergar, sem andar, enfim... Foi um ano de puro sofrimento. E, mesmo assim, constitui em minha vida além de Alexia Cristina, gêmea do Gabriel, mais duas crianças, que hoje adolescentes, precisam de mim, como mãe, e eu não estou aqui.
O que tenho que fazer?
Vejo ao meu redor tantos dissabores, pessoas maudosas, que se utilizam de autoritarismos, e puxa-saquismos que me revoltam, isso dentro da Educação Pública, na Secretaria Estadual da Educação de São Paulo, parece que uma das profissões que escolhi, hoje sem valor nenhum. E, dentro dessa profissão, adoeci, fiquei disfônica(rouca) e vejo que desde que perdi a voz, parece que sou incapaz de atuar.
Estou cansada da hipocrisia alheia que se reflete em nosso país, Brasil, tão cheio de corrupção, e de angústias, e as pessoas tão hipócritas, se dizem "amigos", mas são perigos constantes em nossas vidas. Têm horas, que penso na amiga morte, que muitas vezes teve tão perto de mim, mas não me levou. A primeira vez, ao nascer com o cordão umbilical enrolado em meu pescoço. Depois aos quatro anos, numa cirurgia de 12 horas, de um refluxo urinário, onde venci, nem sei como, pois foi uma cirurgia inédita realizada pelo Doutores Renato e Labibi, hoje nem sei com eles estão. Sem contar, que na época acordei amarrada, num quarto cheio de outras crianças, e na época os pais não ficavam com seus filhos nos hospitais, como hoje se adquiriu esse direito. Sendo assim, nem eu mesma sei por que me deprimi tanto. Não espanto, pois sempre fui uma pessoa solitária, e sem muito me envolver com as demais pessoas, sou assim, a criação de poesias, fazer uma alquimia, acreditar em contos de fada, e não querer mais viver numa desigualdade, onde ser professor no Brasil , custeia a própria vida financeira, em especial, a de muitos que vivem submetidos numa categoria desunida e que infelizmente, muitos fazem por merecer esses baixos salários. E, quem relamente se dedicou a educação, como eu nesses quase 30 anos, ganha um salário de R$ 2.200,00, infelizmente. Mal dando para efetuar pagamento da FPA, faculdade paulista de arte, onde minha filha Alexia, estuda, e mal dá para pagar farmácia, onde comprei medicamentos que não há nas Unidades Básicas de Saúde Pública. E, isso sem contar de outras coisas.
Preciso de ajuda, mas, como não tenho muitos amigos, parece que ao meu redor, tão próximo todos querem que eu sucumba de vez, e deixe a maracutáia correr solta no ambiente em que trabalho, onde a culpa de tudo recai no produto final, os alunos. E, assim, tudo ao meu redor parece não mais ter prazer. Mas, sei que ainda vou vencer.
Téka Castro, escritora paulistana. Que ama ambas profissões. Mãe de Alexia Cristina, 19, Emmanuel 17 e Anna Clara, 15. Esposa de Eduardo Riveiro Castro, filha de Deonilde e in memoriam Francisco.
Publicado no site: etastic.com
De repente aqui estou, cansada de ver o mundo de ponta cabeça,
Sou uma peça peculiar que devido a situação financeira, a falta de amigos, o perigo constante que ronda minha mente, me consome.
Sou entristecida. A Vida não têm mais valor, e aos cinquenta e um anos, vejo que nasci só para sofrer, e fazer os outros sofrerem.
Não nasci para ser mãe e tive cinco filhos, um nem chegou a nascer, e num aborto espontâneo se foi em vida com sete semanas e quatro dias. O outro gemelar a primogênita, com 2 anos e 10 meses, partiu, após ter realizado um cateterismo com um ano e nove meses, ficou especial, sem enxergar, sem andar, enfim... Foi um ano de puro sofrimento. E, mesmo assim, constitui em minha vida além de Alexia Cristina, gêmea do Gabriel, mais duas crianças, que hoje adolescentes, precisam de mim, como mãe, e eu não estou aqui.
O que tenho que fazer?
Vejo ao meu redor tantos dissabores, pessoas maudosas, que se utilizam de autoritarismos, e puxa-saquismos que me revoltam, isso dentro da Educação Pública, na Secretaria Estadual da Educação de São Paulo, parece que uma das profissões que escolhi, hoje sem valor nenhum. E, dentro dessa profissão, adoeci, fiquei disfônica(rouca) e vejo que desde que perdi a voz, parece que sou incapaz de atuar.
Estou cansada da hipocrisia alheia que se reflete em nosso país, Brasil, tão cheio de corrupção, e de angústias, e as pessoas tão hipócritas, se dizem "amigos", mas são perigos constantes em nossas vidas. Têm horas, que penso na amiga morte, que muitas vezes teve tão perto de mim, mas não me levou. A primeira vez, ao nascer com o cordão umbilical enrolado em meu pescoço. Depois aos quatro anos, numa cirurgia de 12 horas, de um refluxo urinário, onde venci, nem sei como, pois foi uma cirurgia inédita realizada pelo Doutores Renato e Labibi, hoje nem sei com eles estão. Sem contar, que na época acordei amarrada, num quarto cheio de outras crianças, e na época os pais não ficavam com seus filhos nos hospitais, como hoje se adquiriu esse direito. Sendo assim, nem eu mesma sei por que me deprimi tanto. Não espanto, pois sempre fui uma pessoa solitária, e sem muito me envolver com as demais pessoas, sou assim, a criação de poesias, fazer uma alquimia, acreditar em contos de fada, e não querer mais viver numa desigualdade, onde ser professor no Brasil , custeia a própria vida financeira, em especial, a de muitos que vivem submetidos numa categoria desunida e que infelizmente, muitos fazem por merecer esses baixos salários. E, quem relamente se dedicou a educação, como eu nesses quase 30 anos, ganha um salário de R$ 2.200,00, infelizmente. Mal dando para efetuar pagamento da FPA, faculdade paulista de arte, onde minha filha Alexia, estuda, e mal dá para pagar farmácia, onde comprei medicamentos que não há nas Unidades Básicas de Saúde Pública. E, isso sem contar de outras coisas.
Preciso de ajuda, mas, como não tenho muitos amigos, parece que ao meu redor, tão próximo todos querem que eu sucumba de vez, e deixe a maracutáia correr solta no ambiente em que trabalho, onde a culpa de tudo recai no produto final, os alunos. E, assim, tudo ao meu redor parece não mais ter prazer. Mas, sei que ainda vou vencer.
Téka Castro, escritora paulistana. Que ama ambas profissões. Mãe de Alexia Cristina, 19, Emmanuel 17 e Anna Clara, 15. Esposa de Eduardo Riveiro Castro, filha de Deonilde e in memoriam Francisco.
Publicado no site: etastic.com