EM DECÚBITO DORSAL
Apareço na argila carnal de um velho rosto,
Na petrificação de meus sorrisos mortos,
Vivendo um agora em todo seu abismo,
Levado por estrelas no crepúsculo do último dia,
No tempo em que o silêncio não é tão silêncio.
Revelações fluem das sombras dançarinas,
Quando tropeçam na torrente da memória,
E as lembranças deixam de ser nostalgia,
Para finalmente ser libertação,
Como se fosse possível ser totalmente infeliz.
Eis o passo definitivo para um novo se conhecer,
A conhecer de fora a pequena dimensão que nos envolve,
E nada mais!
Assim desaparecem nascentes e morrentes,
Porque tudo se contém num infinito triunfo.