Nunca
Nunca perguntaram ao céu o porquê da sua morada
ser tão tão distante da sua amada
nem ao mar porque compactua com as partidas
nunca perguntaram ao solo do pé das montanhas
por que aceitar ser apenas a visão de tudo que não pode ver
nem as nuvens porque não estende as mãos aos que partem sem pedir
nunca perguntaram ao girassol que tamanha gratidão é essa
que o faz ser acompanhante pescoço quebrado e de novo seguindo o sol
nunca perguntaram aos pássaros se tinham coragem
se não preferiam o solo fértil ninho seguro e asas nenhuma
nunca perguntaram aos homens se desejavam imensamente amar
ou um coração de lata rédeas do próprio destino voo do albatroz
nunca perguntaram ao poeta, ser dominado pela poesia,
se no coração queria trazer maremoto terremoto chuva fina maresia