O VÉU DA SOLIDÃO
Vivo a compor estes versos tristes,
Que muitos olhos irão umedecer,
Enquanto sinto que estou a morrer,
Desde o negro dia em que partiste.
A solidão me cobre como um manto,
Em meio à multidão estou sozinho.
Ando desolado e em desalinho,
Quando o sol se vai, durmo em qualquer canto.
Ao raiar, trôpego me levanto
Com os trajes sujos da poeira,
Que importa se me cobre a sujeira,
Nem se as aves ecoam o seu canto.
As lentes dos meus olhos só enxergam
Imagens baças de um mundo cruel,
Onde em taças é servido o fel,
O próprio veneno que em si carregam.
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Agradecendo a honrosa presença do Poeta Carioca com esta
magnífica interação. Valeu PC!
ESTRELA SOLITÁRIA
Como uma estrela solitária segue,
No escuro e no silêncio da ternura,
Aquela estrela mor, grande criatura,
Na eterna treva em brilho vai, prossegue!
Candidamente, a luz que então propaga,
Irradia num raio imensurável,
E a esperança fulgura formidável
Na gigantesca chama e não se apaga!
Brota na solidão a incandescência,
Avizinhando força e resistência,
Feito a afeição grandiosa em cada gente ...
Com singularidade este espetáculo,
Destrói a proliferação do obstáculo,
Apesar desse Espaço tão plangente!