ESSÊNCIA CINÉREA

Tento fugir de mim mesmo, em vão.

Sinto-me um ser condenado pelo destino,

Preso em meio aos tristes espinhos,

Tentando não perder a razão.

Caminhando entre existências vazias,

Temo já ter perdido a minha essência,

Pois tenho aprendido a contemplar a ausência,

E ao olhar no espelho, vejo minha face fria.

Já aprendi a gostar dos dias nublados,

Já me acostumei com a poeira de caminhos pesados,

E a contemplar as cinzas do meu jardim.

Tento compreender porque tantos caminhos distantes,

Porque o cansaço persegue-me e nunca parece bastante,

Mas espero que um dia o amor repouse em mim.

Vicente Mércio
Enviado por Vicente Mércio em 28/04/2018
Código do texto: T6321548
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