ESSÊNCIA CINÉREA
Tento fugir de mim mesmo, em vão.
Sinto-me um ser condenado pelo destino,
Preso em meio aos tristes espinhos,
Tentando não perder a razão.
Caminhando entre existências vazias,
Temo já ter perdido a minha essência,
Pois tenho aprendido a contemplar a ausência,
E ao olhar no espelho, vejo minha face fria.
Já aprendi a gostar dos dias nublados,
Já me acostumei com a poeira de caminhos pesados,
E a contemplar as cinzas do meu jardim.
Tento compreender porque tantos caminhos distantes,
Porque o cansaço persegue-me e nunca parece bastante,
Mas espero que um dia o amor repouse em mim.