Cântico de Ego
Não se ama pensando
Que amar mora
Na razão
Muito menos
Dizer eu te amo
Em frases feitas
Com entonação de narrativas musicais...
O coração exige
Renúncia do próprio
Umbigo jogado
No telhado de vidro
Ego de nós solitários
Em tempestade
De brancas nuvens
Mar de espinhos
Vento renascer da vida
Procuro nas noites
Anjos cujas asas
Foram arrancadas pelo
Ceifa a dor de sonhos
Não se ama achando
Sempre que cheque mate
É o fim do opositor
Lutar e vencer a si
Não é desumano conflito
Vou labiritando
Ruas e vielas
Estradas e rios
Quem sabe
Um dia o Anjo
Que procuro livre esteja
Da clausura voz mórbida
Cânticos de funeral