Infelicidade

Oh, vós sois a tristeza minha,

Minha bela menina infeliz.

Como se sente, sabendo que nunca mais vai colocar um sorriso nesse rosto pálido de miséria?

Que o sol irá brilhar para outros, mas não será o mesmo pra você?

Tal qual como outras terão seus presentes nas mãos, mas você só irá ganhar uma pedra com um laço rosa choque pra dizer que ganhou alguma coisa depois de ralar o joelho nas pedreiras?

Frustrante, eu sei.

Ralamos todos os dias desde o abrir dos olhos no raiar do dia até o fechar das pálpebras quando a noite cai. E para o quê? Só para ver outras pessoas das quais nem sequer andaram no meio das pedras receberem coisas requintadas pelo mísero esforço que fizeram, não sendo nem metade do seu.

Corrói a alma e dói esses sentimentos negativos. Doloroso até.

O coração bate e o som rebate mais forte no impulso das artérias onde bombeiam seu sangue para o corpo cansado de andar em círculos, machucando-se em cortes, fraquejando num simples agachamento. Você ajoelha e reza, chora sem precedentes apenas pedindo um alívio da agonizante dor enquanto sussurra, com lágrimas perfeitamente enfeitadas nas bochechas e no rosto:

“Por favor, me ajude! Eu não sei mais como continuar!”

“Por quanto tempo mais terei de passar pelas provações? Até quando irei suportar todo o peso que carrego nessas costas já feridas pelos tijolos que me arranham todo dia?”, ela questiona. Não obtém a resposta. Talvez lá pela frente, ela saiba o porquê.

Até lá, ela cata os tijolos caídos da sua sacola e os colocam de volta no lugar, posicionando-a atrás de si conforme recomeçava a caminhar no meio das pedras pontiagudas tal qual uma nômade sem direção, ouvindo uma música em sua cabeça e chorando ao mesmo tempo. Divagando no tempo, delirando na escuridão.

Minha linda menina infeliz,

Tais ocorridos na sua vida

Só a fazem lhe sentir

Sua infelicidade

Pudera adormecer

E não acordar mais

Aos afortunados, a vida longa

Aos infelizes, o silêncio amargo

Não precisa entender

Apenas sinta e quem sabe, compadeça

Um pouco de solidariedade com a dor alheia

Que chora honestamente sem saber o que fazer

Se entrasse dentro de mim,

Poderia exatamente compreender

O quão solitário é a jornada,

De alguém condenado por toda a eternidade

Na sua forma pura e simples num só entendimento.

Você sentiria as minhas veias

Correndo pelo meu corpo

O coração rasgando por dentro,

Pois não existe um band-aid

Para tampar cada ferida

A fim de esconder diante dos olhos verdes

E se um dia puder cantar, cante comigo!

Vamos unir nossas infelicidades

Transformá-las numa canção.

Porque a força de um coração partido,

Sempre tem mais prestígios e emoção.

Layla Mitchell
Enviado por Layla Mitchell em 04/04/2018
Reeditado em 04/04/2018
Código do texto: T6299917
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