Serena.

Pode ser que amanhã

Não seja.

Olhe ao seu redor

Olhe pra si mesmo e veja

Encare as coisas simplesmente

Como algo que criaste;

Um fruto da sua mente

Bolhas de sabão flutuando no ar

Um chão bem leve

Que te leve a algum lugar

Castelos de areia

Dores, amores, vida, desilusão

Pode ser que na verdade

Essas coisas que não se vê

Sejam a única realidade da existência

Num mundo que existe não

Imagine o que seria, então

Se a gente desistisse

de tornar esse curto espaço de tempo

Em algo um pouco mais bonito

Não importa, se existe ou não.

As coisas ...jamais elas são

Do jeito que você vê,

Da maneira que eu acredito

Existe sempre

Uma terceira

Talvez

Uma énesima opção

Todas elas

Um dia vão expirar

Procure respirar

A esse ar, que na verdade não existe

Pode ser que amanhã

Eu não esteja mais aqui

Me ajude, então

A viver a verdade que ilude

da vida que eu escolhi

Escolha também a sua

Pois um dia

As folhas caem

As cores desaparecem

As Estrelas vão se apagar

Mas nem por isso nada fica

Essa vida imaginária

Nos envia sinais

Que não haverá noutro tempo

dias iguais a esses

As coisas mudam de lugar

A todo instante

Coloque perto de si mesmo

As coisas das quais precisa agora

E não se apegue muito a nada

Uma leve brisa

Leva tudo embora

E o coração, dasapercebido, chora

Aproveita o dia

Como se fosse o único

Assim como singular

É essa vida

Eterna, invisível, linda e sofrida

Repleta de momentos

Rodeados de alegria

passageiras como um pão

Não deixe que elas se vão

Sem vivê-las

E sem ser feliz

Posto isso,

Aceite e procure

As coisas nas quais acredita

Essa maneira bonita

de transformar o que não existia

Numa coisa simples

Pequena e serena

Mas pela qual vale a pena

Aceitar que realmente estão lá

Pois um dia a gente vai deixa-las

E nunca terá certeza

Se realmente as viveu.

Edson Ricardo Paiva.