Meus temores
Pelo menos um rabisco no caderno ao lado de uma árvore morta,
Debaixo de um céu acinzentado. Respiro as sutilezas deste ar... Ouço e sinto,
As vozes ecoantes e distantes de um fascinante lugar.
Pergunto-me, onde estariam todas as minhas forças? Enquanto espero que a chuva caia
Enquanto espero que venha ela até mim. E finalmente o silêncio me tem,
Estou em fim, mesmo que por poucos segundos onde eu devo estar...
Sem muito pensar, ao lado desta finada árvore onde mil lembranças me aprisionam!
E ai eu pergunto-me: Qual é a chave que me leva ao lado destas flores mortas?
Quando as recebi e quando plantadas foram estavam vivas e perfumadas.
Tamanha era a beleza de suas pétalas que agora murcharão. Vertigens me veem...
Meu medo não é envelhecer e morrer. Meu medo é ver em meu envelhecer,
Tudo o que admiro e louvo murchar e morrer!
De eu serem apartados todos os verdes lagos que ainda não deslumbrei.
E que essa canção que ouço agora vinda de uma igreja, me faça lembrar
Em meu leito de morte este dia agora. Meu medo é esquecer minha solitude,
Ficar longe de um EU que ainda desconheço.
Sei que eu reconhecer-me-ia em frente ao espelho agora, porém,
Temo que o espelho não me reconheça.
Temo ainda não mais amar este céu cinzento que águas guardam.
Meu temor é desastroso, é um inconsciente duvidoso.
Não somos seres cautelosos, somos instruídos a sermos assim.
Por conta dos medos e afins.
No final o meu medo ainda está em mim.
E o seu? Seria também algo assim?
(without fears i came to write)