O Vale da Alma
Sou como um carneirinho solitário,
Por entre pastos tão verdes,
Escondidos por entre montanhas tão altas,
Guardado em um vale profundo,
Onde somente o céu pode tocar
Em meu vale há: macieiras, laranjeiras,
Frutas do conde, pitaias azuis
Salgueiros donde brotam romãs e bananas
E árvores que vertem areia
Por aqui a vida é calma,
e fora poucas borboletas
Que por aqui caminham,
Não há outra viv'alma
Que possa ajudar a
Tirar-me o sossego
No vale profundo nunca há dia
Nunca há noite
O sol e a lua caminham como inimigos
Escondidos nas bordas
Refletindo seu pouco brilho
Sem nunca mostrarem a face
Tudo é sublime aqui,
O céu reflete a alma,
e o chão impele a calma
mas parece que,
Mais do que um carneiro
Eu sou apenas um estrangeiro