Só
Essa mistura de saudade, ausência, distância
Dando um nó em cada verso, dá até ânsia...
Feito estômago embrulhado, amargor na boca
E o tempo sarcástico, debocha, e não se toca
Deixa esse coração amargurado, tiquetaqueando
Só, tão só, tem dó, de cada palavra esculpida...
Cada vontade escondida nas linhas serpenteando
E vai ficando, cada vez mais comprida, essa vida
Enquanto tempo vai encurtando, sabor de saudade
Amargando esses lábios que brindaram felicidade
Naquele dia em que tudo foi céu, azul do infinito...
Luz brilhante, ser divino, será que não ouve o grito
Desse peito dolorido, chorando de tanta ansiedade?
Calma! Alma minha, a luz da noite é doce companhia
O choro é a limpeza da velha prataria e a poesia...
É a fuga dessas velhas asas, buscando por liberdade.