Melancolia
Sentada feita moribunda
à porta da catedral
num vestido branco que me desnuda
choro segurando um castiçal.
Uma pequena luz que abafo
com um suspiro de melancolia
nos meus lábios um agrafo
depois de contigo levares toda a magia.
De vestido rasgado
de maquilhagem escorrida
de rosto apagado
estava na hora, na hora a tua partida…
O vento sopra-me os cabelos
a chuva, chora-se no meu regaço
neste tempo voam os belos
deixando um coração em despedaço.
Não te lembras do nosso primeiro olhar?
Dos nossos quereres e sentires
apaixonados?
Porque não me canso de te procurar
depois de partires
com tons irados?
Rasgo este vestido
desmancho rosas negras
em pedaços de vida…
Musgo outrora atrevido
agora um despacho de prosas, pedras
numa montanha esquecida.
Deambulo, acabada
de rastos ou não!
Levito sonâmbula
de alma chorada
de coração na mão.
https://youtu.be/gxL1mSyT8Wk