Fronteiras.

Um dia

A gente vai poder

Olhar de frente pro Sol

E toda magia que se oculta

Há de revelar-se tão natural

Quanto a beleza dos atóis

E cada um de nós

Sem qualquer exceção

Será feliz

Toda alma

E todo coração

Será somente igualdade

Toda semente que brotar da terra

Pertencerá ao reinado da vida

As fronteiras que criamos em nosso derredor

Serão as primeiras a cair

E nenhuma nação

Não cairá e nem será derrubada

Todo mundo saberá

Que diante de tamanha harmonia

Barreiras serão distância

Limites da própria visão

Nada além

Mas nesse dia

Quem procurar

Um ser imperfeito

Que existiu

Descobrirá que essa busca é em vão

Pois toda ilusão que ofusca

A qualquer visão nesse sentido

Será passado

Mas o mundo continua

Sendo somente uma esfera

Não vai haver linha que reduza

A dor crônica e aguda que existir

Na alma e no coração

De cada triste poeta

Dores que a ninguém revela

Tristezas que se vão no vento

Navegando à deriva

Tempestade ... brisa

Um barco à vela a se perder de vista

Fica um poema em linha reta

Fica a saudade guardada

Num lugar escondido

Em cada passado

Um dia, tudo será perfeito

E as coisa que existem

desse modo como as vemos

Serão esquecidas

Disso tudo

Resta somente as lágrimas

Que tanto nesse dia

Quanto hoje

Não significam nada.

Edson Ricardo Paiva.