UM FARDO DE SOLIDÃO
Meu jardim se torna estéril,
As flores se distanciam no tempo.
Na dura realidade não vejo alento,
Vejo só a solidão e seus mistérios.
A inspiração se perde em meio à rotina,
A musa amada se torna só uma recordação,
Mas ainda é um atenuante e uma paixão,
Que traz forças para seguir pela sina.
Não quero acostumar-me com o exílio,
Não quero contemplar o horizonte cinza.
Só quero sempre recordar o rosto da musa linda,
E alimentar meus versos em apaixonados idílios.
Hoje a caminhar pelas poeiras do sertão,
Lembrei-me da musa amada e de sua beleza,
Que fez atenuar o meu fardo e minha tristeza,
Levando-me ao refúgio de suave inspiração.