Apartamentos
 
À noite, em relativo silêncio
sinto-me mais livre
na cela que escolhi
 
Olho as outras, sobrepostas na vertical 
Centenas ao redor
aos pés das quais
pululam esporádicos ruídos andarilhos
 
Neste céu circundante
retângulos fracamente iluminados
encerram outros mundos
opostamente semelhantes
espelhos, entrementes, diferentes
Encaixotados e empilhados
pelos produtos sonhados
 
Deles devem fluir cascatas
Véus pelo ar entre os prédios;
nas ruas...
Para juntarem-se à umidade do vizinho mar
Imitando ao destino dos rios
 
Através da janela, quase sempre aberta,
respiro a brisa;
A química resultante,
enquanto escoo ao mesmo tempo
o que captei antes