HORAS PÁLIDAS
Outrora percorri ruas afastadas
Desgostoso com as pálidas horas que tinha por frente
Sob o sol algumas vezes, outras tantas sob a sombra de nuvens
Perdido nas calçadas sujas
Entre crianças sorridentes às portas de uma escola
Em locais vazios de tudo
Com a melancolia me rodeando
Passeando
Passando comigo nos pórticos de todas as casas
Batendo asas nas estátuas de anjos
Seguindo-me no copo
Explorando-me no gosto das sensações
Implorando e pedindo ajuda
Sabia que não me custava nada, mas não sou Deus
Pois cada rosto que me atravessava o olhar
Revelava-se pesado e incongruente
Quase pedindo para sentir o que eu sentia
Para tomar para si a minha barba por fazer
E eu, com minhas andanças que não me levavam à fronteira
Próximo de retornar ao lar
Sentava, relembrando uma melodia
Entre a alegria e a tristeza
Só restando a beira
A imensidão de chegar a um prêmio.