HORAS PÁLIDAS

Outrora percorri ruas afastadas

Desgostoso com as pálidas horas que tinha por frente

Sob o sol algumas vezes, outras tantas sob a sombra de nuvens

Perdido nas calçadas sujas

Entre crianças sorridentes às portas de uma escola

Em locais vazios de tudo

Com a melancolia me rodeando

Passeando

Passando comigo nos pórticos de todas as casas

Batendo asas nas estátuas de anjos

Seguindo-me no copo

Explorando-me no gosto das sensações

Implorando e pedindo ajuda

Sabia que não me custava nada, mas não sou Deus

Pois cada rosto que me atravessava o olhar

Revelava-se pesado e incongruente

Quase pedindo para sentir o que eu sentia

Para tomar para si a minha barba por fazer

E eu, com minhas andanças que não me levavam à fronteira

Próximo de retornar ao lar

Sentava, relembrando uma melodia

Entre a alegria e a tristeza

Só restando a beira

A imensidão de chegar a um prêmio.

Adelfo Sopran
Enviado por Adelfo Sopran em 14/02/2018
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