Precisa-se urgentemente de paz.
Paz de espírito.
Paz de silêncio profundo.
De rezas, preces e mantras.

Paz de bandeiras brancas
De olhares cãndidos.
De mãos em afago.

E, a certeza de que a guerra acabou.
No combate.
Se somos vencedores.
Se somos vencidos.

Só o sabemos intimamente.
Por vezes os heróis são vencidos.
Por vezes os vilões são vencedores.
Mas o cenário não é bipolar.
Não há somente heróis e vilões.

Há os indiferentes.
Há os que fazem parte do cenário em
retidão à arquitetura.
Há a ética.
Há a etiqueta.

Há o microcosmos
repleto de miudezas enormes
e de universos intensos.

Um mosquito mata.
Um tiro mata.
Uma palavra mata.
A poesia mata.
A solidão intensa
de não compreender o momento.

Precisamos urgentemnte
de paz.
Para morrer em paz.
Para deixar as angústias.
As ansiedades.

Pois o tempo existirá depois,
bem depois do apocalipse.
Precisa-se de paz.

Enquanto isso,
em meio a guerra.
um soldado saca o lápis
no bloquinho e faz uma
carta para sua mãe.

O soldado anônimo.
A mãe anônima.
E, o sentimento universal
e humano de filhos e pais.

De afetos devastados
Separados e divorciados
Da lógica do amor.

Precisa-se.
A paz é passageira.
O conflito é eterno.
E, entre uma e outro
 são costurados momentos
da história.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 08/02/2018
Código do texto: T6248591
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