EQUIDISTANTE
O frio já não te inspira
o calor já não te oprime
o silêncio não te enlouquece
o que sente nessa dor
que te arrefece?
Trazes os sapatos desgastados
e as malas vazias
de histórias fixadas
num ponto distante,
onde pararás o que não sente?
Onde estarás quando o remorso
de repente arrebente
a relação que mentes?
Quantos mais machucará
até desvanecido
se achar verdadeiramente
sozinho
com grunhidos intraduzidos
cheios de verbos adormecidos
por durezas desnecessárias?
Onde acabarás
essa empreitada de não sentir
mais nada?