Suicidio
Na abóbada do inferno,
Não há vocábulos poéticos,
Dói no corpo frio eterno,
Há signos proféticos,
Invernos do Mal interno...
Eu escorro entre as paredes,
Como tinta desbotada,
Trago na boca sedes,
Da vida que me foi negada.
Jogam "areia" de gelo,
Nos meus olhos fechados,
E do cabelo ao tornozelo,
Eu pago os meus pecados.
Não se apiede de mim, rapaz!
Na vida não tive palmas,
Não ganhei louros da paz,
Sombra ao peito das almas:
Tive felicidade voraz e fugaz.