Fim de ano
O fel agudo na noite ardente,
a febre afogando, o sentimento no vago,
a tragédia se faz presente, pensamentos insanos!
A escassez de empatia... Pois como?!
Não existe o próximo à abrigá-la.
As horas afloram, se multiplicam,
quanto mais a velhice nos atinge
mais fôlego elas ganham...
O ócio desbrava na calma triste caminho,
o deserto instalou morada firme na alma.
O amor desperdiçado é o digno remorso:
nada estará. Não permanecerá. Tudo mudará...
A distância ignora o tédio, em esquecimento,
a solidão implacavelmente digere
qualquer intenção de gosto permanente.