Alma vazia
Lá fora chove, aqui dentro frio
Os pingos d’água escorrem como sangue
Encharcam o corpo, afogam a alma
O olhar perde o brilho, perdido, há apenas escuridão
É dezembro ou fevereiro, já não lembro, não há sentido ou razão para uma alma submersa
Gritos sufocados, silêncios sem paz, olhar sem direção
Neutralidade que não existe, mas procuro não pensar em nada, equilíbrio ou apenas minha companheira solidão? Boa amiga de falsas conversas, de desilusão
Corpo se move sem vontade, a chuva parece perfurar a pele, se mistura com as lágrimas que cortam o chão, mas já ressequidas, coração parece parar então e o olhar vazio entre a multidão ... caminho, sorrio, amo, odeio, minto, segue a inércia que (des)foga uma alma carregada, vã. (JHC, 26.12.17, Rio Branco- Ac)