Me afogo em mim mesmo
O sol se pôs e mais uma vez observo sua partida,
Cena de despedida, na qual os olhos é que falam.
Final amargo, preto e branco, olhos embargados,
Não consigo respirar! Não...consigo!
Totalmente desnorteado,
Busco ar.
E ponho-me a chorar nesse mundo cinza,
Embriagado pelo meu vazio.
Às vezes, imagino-me manipulando os ponteiros do relógio,
Senhor do tempo,
Senhor da vida,
Doce acalento...
Mas logo caio em mim e subitamente despenco do meu devaneio,
De repente não há nada, apenas o que resta de mim.
Apenas o nada.
Aos prantos, quase sem ar, submerso no meu vazio...me afogo em mim mesmo.