Dente-de-leão

O último dente-de-leão voa pelo céu cinzento

Meus cabelos dançam com o vento frio

Tento encontrar para meu coração um lugar melhor

Ouço passos como se fossem recentes

A areia dos tempos voa a minha frente

Dias passam e rosas secam

Posso ainda vê-las sorrir

Não há nada porém silêncio

Tais fortunas de meu nobre ser

Adocicadas cantigas de ninar

Anseiam minha sanidade

Vejo flores nascerem

Um jardim ao pé do outono

Brevemente morrerá

Oh beleza incomparável adeus

Tão sentido onde meu mundo colide

Aguardando o próximo vento do norte

Não há vida ou misericórdia

Somente trsiteza em meus olhos

Descanso meus olhos sem brilho algum

Secos pelo tempo e mortos pelo frio

Ando por estradas forjadas a cristais

Gélidos e pálidos cobertos de minhas lágrimas

Acordo perdido num outro tempo

Andando sem rumo pelas colinas

Me deparo com uma cena antiga

Meus cabelos dançam com o vento

E o último dente-de-leão voando pelo céu cinzento

Marcos Ses
Enviado por Marcos Ses em 22/08/2007
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