Dente-de-leão
O último dente-de-leão voa pelo céu cinzento
Meus cabelos dançam com o vento frio
Tento encontrar para meu coração um lugar melhor
Ouço passos como se fossem recentes
A areia dos tempos voa a minha frente
Dias passam e rosas secam
Posso ainda vê-las sorrir
Não há nada porém silêncio
Tais fortunas de meu nobre ser
Adocicadas cantigas de ninar
Anseiam minha sanidade
Vejo flores nascerem
Um jardim ao pé do outono
Brevemente morrerá
Oh beleza incomparável adeus
Tão sentido onde meu mundo colide
Aguardando o próximo vento do norte
Não há vida ou misericórdia
Somente trsiteza em meus olhos
Descanso meus olhos sem brilho algum
Secos pelo tempo e mortos pelo frio
Ando por estradas forjadas a cristais
Gélidos e pálidos cobertos de minhas lágrimas
Acordo perdido num outro tempo
Andando sem rumo pelas colinas
Me deparo com uma cena antiga
Meus cabelos dançam com o vento
E o último dente-de-leão voando pelo céu cinzento