Metade do mundo

Metade do mundo

Horizonte reto

Águas salgadas e mornas

Areia bronzeada

Barro colorida sob o sol

Pedras marrons avermelhadas

Metade do mundo

A dois graus do equador

Vento subtropical

A soprar as lonjuras

De além mar

Metade do mundo

Sol focado acima

Noite instantânea

Entardecer sangrento

Lua e estrelas

Alfa centauro

A estrela dalva

Mistérios da metade do mundo

Calor da metade do mundo

A ponta de areia

A ponta da estrela do sul

Metade do mundo

Mundo inteiro

No leito do mar

Morno o sal de

Minhas lágrimas descansam

Paralisadas de tanta beleza

O vento sopra uivos,

Gemidos trazidos

Pelos franceses

O rebuscamento dos holandeses

E, por fim, a trama azulejada

Dos portugueses

Metade do mundo

Metade de mim

Cortada pelo equador

Cortada dos pulsos

Metade do mundo

Suicida

Mutilada

explorada

colonizada e esquecida

Metade das palavras

Sentimentos inteiros arquivados

Na infinita reta do horizonte

Pequenas ondas bordam

De renda o cenário

Metade do mundo

Santo dos santos

São Luís

Mágico e cigano.

Evoé poesias

Venham passear em

minh’alma.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 20/08/2007
Código do texto: T616312
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