Solidão

Solidão, por que bates aqui?

Não vês que já tenho companhia?

A dor, a saudade, a mágoa e a tristeza

Há tempos demarcaram estadia.

Afaste-se de mim por um minuto

Segue de volta teu árduo caminho

Tão ausente, nem tua falta senti

Agora regressas, eu ‘cá’ sozinho.

Solidão, tu que és erva tão daninha

Porque sempre nasce dentro de nós?

Tuas raízes sufocam meu peito

Dominas a mente, carente, és algoz.

Enfim, estou só como sempre

Acho que tu tens toda razão de ser

Puxa uma cadeira, senta-te comigo

Venha, solidão, vamos ver o anoitecer.