Solitária Mente
Cheguei ao ápice do fundo do poço
onde as lágrimas secam, não caem
aqui só permanecem os olhares de desgosto
pois os brilhos nos olhares se esvaem
Fiquei perdido no labirinto das minhas confusões
já não encontro mais sentido
ando correndo em todas direções
vagando em busca de um abrigo
É um lugar que não recomendo visitar
o ambiente é gelado
não há onde se esquentar
e tudo aqui parece estagnado
eu lembro de quando haviam montanhas que tocavam o céu
onde eu cochilava observando o luar
lembro que eu fazia um fogaréu
e observava o fogo dançar
haviam tantas florestas ao meu redor
pássaros cantarolando
tudo fazia parte de uma canção que eu não parava de compor
um universo em que eu vivia delirando
Era o santuário onde eu podia me encontrar
um mundo de criação
uma terra feita para libertar
projetada perfeitamente para dar voz ao coração
agora ficou monótona
perdeu-se a vida
até parece que entrou em coma
totalmente destruída
não me lembro quando deixei aquilo morrer
nem quando tornou-se um labirinto
quando tudo começou a escurecer?
quando o calor tornou-se extinto?
Eu a deixei virar minha prisão
parei de sonhar
criei sentimentos pela solidão
e aos poucos comecei a desimaginar
até sobrar...
uma mesa
a solidão
o silencio
a desilusão
o frio
e eu
em nosso melancólico jantar