Solitária Mente

Cheguei ao ápice do fundo do poço

onde as lágrimas secam, não caem

aqui só permanecem os olhares de desgosto

pois os brilhos nos olhares se esvaem

Fiquei perdido no labirinto das minhas confusões

já não encontro mais sentido

ando correndo em todas direções

vagando em busca de um abrigo

É um lugar que não recomendo visitar

o ambiente é gelado

não há onde se esquentar

e tudo aqui parece estagnado

eu lembro de quando haviam montanhas que tocavam o céu

onde eu cochilava observando o luar

lembro que eu fazia um fogaréu

e observava o fogo dançar

haviam tantas florestas ao meu redor

pássaros cantarolando

tudo fazia parte de uma canção que eu não parava de compor

um universo em que eu vivia delirando

Era o santuário onde eu podia me encontrar

um mundo de criação

uma terra feita para libertar

projetada perfeitamente para dar voz ao coração

agora ficou monótona

perdeu-se a vida

até parece que entrou em coma

totalmente destruída

não me lembro quando deixei aquilo morrer

nem quando tornou-se um labirinto

quando tudo começou a escurecer?

quando o calor tornou-se extinto?

Eu a deixei virar minha prisão

parei de sonhar

criei sentimentos pela solidão

e aos poucos comecei a desimaginar

até sobrar...

uma mesa

a solidão

o silencio

a desilusão

o frio

e eu

em nosso melancólico jantar

R J Ferreira
Enviado por R J Ferreira em 31/10/2017
Reeditado em 31/10/2017
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