Expectativas

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Tudo culpa da insônia...

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Expectativas

O som sobre a TV,

entre taças.

Nenhuma voz ressoa

dentro da xícara

de café.

Há bebidas lacradas.

A voz do ébrio deitou.

O livro santo sob a TV,

entre traças,

corroeu o verbo.

A mobília empoeirada

fez cócegas no meu nariz

– Que espirrou.

Ruínas e ruídos

no aparelho desligado.

O que se projeta

é minha própria imagem

que se forma,

e se reflete,

graciosamente,

nas pontas dos dedos

dos meus pés

que sentem cócegas,

também.

Iguatu, 27 de outubro de 2017.

03h59min

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Travas

Entre ferrolhos,

janelas e portas marrons

– Prenúncio da morte,

sinto a liberdade da prisão.

Trancado,

aguardando o próximo galo

– Um já cantou –,

por medo, eu me calo.

Abuso da artificial luz

por onde conduzo meu verso.

Desviando-me do medo

de não estar a dois,

tenho presságios e grito:

– Odeio a solidão!

Iguatu, 27 de outubro de 2017.

04h04min

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Alucinação

Deixei na cama

uma dama loira, ardente.

Mas...

Uma chama afoita,

espalhou-se, quente,

pelos lençóis do meu quarto.

Ela dorme, nua...

E eu aqui na sala,

quase na porta da rua,

inventando versos

– Fugindo, na verdade,

do incansável universo

daquele vulcão.

tenho um corredor,

silencioso, iluminado.

Ao final,

Um pouco à esquerda,

um quarto que me espera

– Mas não vou!

Deixei na cama

uma dama nua,

ainda molhada e quente

– Ensopada

pelo calor ardente;

uma dama insana,

que não foge desse homem

insone

que tem medo de fantasmas

e precisa, sempre,

dormir a dois.

Iguatu, 27 de outubro de 2017.

04h14min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 27/10/2017
Reeditado em 27/10/2017
Código do texto: T6154729
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