Tempestades em taças de vinho
Tenho alguns minutos para falar
E quando estou a te observar
Estou no fogo que não mais ardia
Tendo um leve instante de pareidolia
A correnteza levou alguns sonhos ruins
E eu não tenho dormido nos últimos dias
O sono e a insônia estão em guerra
E eu sou intermediário nesse motim
Com certeza eu enervo, no topo
Com clareza eu topo bebendo no copo
E sem destreza eu rezo e não solto
Os erros que vivem a me assombrar, eu salto
São aquelas filosofias de boteco
De sóbrios falando mentiras
E de bêbados falando verdades
Desses instantes estranhos a vagar
O silêncio quer me falar algo
O barulho quer apenas desconcentrar
A concentração é algo a se cuidar
E a distração é a promoção a esnobar
O relógio parou e o tempo seguiu
Acabaram as pilhas dentro do covil
Foi paralisado, e com isso sumiu
Sem nenhum remorso foi hábil
Quanto conhecimento sem saber explanar?
Quantos copos d’agua precisam pra limpar?
E qual realidade quer ficar pra criar?
Um momento em que possa apenas coroar