SOLIDÃO
Quando a lusidia luz da aurora adentrou no quarto pela primeira vez
meus pensamentos turvos sairam da escuridão
e uma réstia de esperança, ainda que tênue
surgiu nas trevas frias do meu coração
Eu esperava encontra- la ao abrir os olhos
ver seu sorriso lindo, sua face de menina
Mas o que vi foi o vazio de um quarto
talvez solidão seja minha sina
Ficar sozinho a vagar dentro de mim
num momento consumido pela dor
no leito, inerte, por dentro apodrecido
à sonhar febrilmente com o amor.
Já sozinho, caminhando no escuro
penso nela, alguém que nunca existiu
minha mente enegrecida com bolor
vivendo um sonho que tao logo se extinguiu
Ah, quizera eu morrer!
Ou ainda jamais ter existido
seria mais feliz em lugar nenhum
Onde tudo morre e é esquecido
Tenebrosamente penso nela
sei que no fundo é ilusão
quem me livrará perfeitamente
Das malignas garras da solidão