Adeus solidão

Não quero da rosa, o espinho

Nem da prosa, o falar sozinho

Quero abraço do anjo, na sala

O beijo que voz emudece, cala

Não quero a espera impaciente

Quero calma e teu porto seguro

E a tua mão despindo, urgente

Minh'alma, no claro e no escuro

Do dia e das noites sem solidão

Quero essa esperança absurda

Apagando da lousa, todo o não

E a poesia não se fazendo surda

Trazendo a voz até para a razão

Em cada palavra ouvida, coração

Batendo na única certeza, oração

E adeus, finalmente adeus, solidão.