Paredes

Perdi o fio, rio e tremo de frio...

Na solidão erguida em paredes

Cimentadas em saudade e rede

Que não trouxe nada, um vazio

Mas, esperança segue teimosa

Brotando da terra, o pão e a flor

Nessa mistura única, e gloriosa

Oferta sempre um eterno amor

Perdi a fome, o nome sei de cor

Aquarelei e pendurei os poemas

Veja com o olhar de observador

E guarde velhos segredos, cenas

Que a vida foi escrevendo, lendo

O coração; que vai sobrevivendo

Pulsando entre as tempestades

Quase para, sem a outra metade.