Flor de outono.

Eu sou a flor morta,

Seca e murcha,

Eu sou a flor cinza!

Ah! esse astro que invade?

É apenas mais um sol de abril,

Que nasce!

Em atropelos ao meu corpo,

Passam as folhas bailarinas,

Sobrevoando com saudade,

Telhados e esquinas.

E eu continuo inerte,

Imóvel, fria.

Sem caule, sem cheiro,

Assim como poeira escondida!

Como promessa não cumprida,

Choro, uivo, grito,

Melancolia!

Mas meu pranto,

Em Outono,

É apenas Ventania!