Asmática

Um dia, te respirei de forma aflita,

era você meu ar, respiração bendita.

Te suguei, aspirei sôfrego, carente,

guardei-te cá dentro, prá ter-te sempre.

Só não reparei que fugias de mim,

não notei o ar, aos poucos ruim.

Um dia, acordei sem teu ar sagrado,

procurei-te em todo canto, desesperado.

Busquei aflito nas veias, ossos, coração,

dei por mim sorvendo gases da solidão.

Então, fiquei só com as migalhas deixadas,

a alma asmática chora triste, abandonada.

Riva
Enviado por Riva em 17/08/2007
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