FIM DE NOITE
FIM DE NOITE
Queria falar sobre a lua...
Queria falar sobre o silêncio da madrugada...
Queria falar de solidão.
Mas a lua não se importa;
A madrugada não está nem aí
E a solidão é vazia.
A noite está quieta,
Nenhum som, nenhuma voz amiga,
Às vezes passos apressados,
Um motor de carro distante,
E quando me volto, nada, ninguém...
Estou só.
Ando de vagar... Não tenho pressa...
Olho para as estrelas piscando,
Parecem olhos distantes, frios, indiferentes,
Zombando de mim, alheios ao meu vagar.
Anseio por uma voz amiga que não vem;
Um coração amoroso ao meu lado;
Mãos se apertando, braços se abraçando,
Lábios se tocando e almas se encontrando.
Mas só tenho a madrugada por companhia.
De repente uma nesga de luz se abre nos céus,
Sons distantes começam a se aproximar,
É a manhã que começa a despontar.
Adeus lua, adeus madrugada, adeus solidão.
Seja bem vindo o dia, pois não estarei mais só.
Que venham os carros, os pedestres, as buzinas;
E com eles o calor humano
Para aquecer uma vida fria.
( Poema para os solitários)