Rio solidão
Desce os olhos
pelas águas
do rio
agora
tão próximo
do mar
última chance
em detê-las
-se é que é
possível-
Então desliza
as mãos
sonolentas
na superfície
plana
provocando
enchentes miúdas
Leva ao rosto
águas tão mortas
arrancadas
do seu corpo rio
prestes a ser mar
Sorri ainda que
tão timidamente
Parte o rio
suas margens
sofrem o adeus
outro rio acaba
de chegar
e ela inelutavelmente
de novo,
ficará
Rio solidão...