Rendo-me a inadiável solidão...
Sandra M. Julio
Contemplo em vigília poemas que nunca chegaram...
Fluíram esmaecidos em nuvens de indiferença,
Num intranqüilo sono repleto de medos
Onde os lençóis da carência encobrem a realidade.
Dispo-me dos conceitos para conversar
com os teus e os meus silêncios...
Perco-me no sentido das palavras,
quando as letras transbordam lágrimas
Descrevendo a saudade que assola minh'alma.
Esta inquietude alastra-se transbordando emoções,
Invadindo secretos pensamentos e desejos...
Abraçando a vertigem da tua ausência.
No arrefecer do tempo, rendo-me à inadiável solidão...
Que caminha pelas estradas do meu olhar,
Meu sorriso perde-se na essência de cada sonho.
No sótão de mim encontro eflúvios de ti...
E os presenteio ao meu coração,
Na melodia que beija os lábios da noite,
Na melodia que beija os lábios do mar,
Na melodia que beija teus lábios na saudade...
Sandra
06/02/05