ARTE DE CASTIGO

Às vezes te odeio por quase um segundo

Depois te amo mais

Teus pelos, teu gosto, teu rosto, tudo

Tudo que não me deixa em paz*

E quando fico em cismar profundo

Nada, nada me satisfaz

Desejo você, meu sonho, meu mundo

Esta vontade que não se desfaz.

Teu gosto, teu rosto e este desgosto

De não ter os dois primeiros comigo

Sozinho, sem posto, indisposto

E este desejo é arte de castigo

Teu rosto, teus pelos em meu gosto

E teu corpo gostoso para meu abrigo.

*Herbert Vianna, "Quase Um Segundo."