SOLEDADE

fiquei um tempo a olhar a rua

a olhar a lua

fiquei um tempo

retirada

afastada

e uma dor a crescer em mim

abri o portão

entrei no jardim

no silêncio da noite ouvi meus passos

senti uma pontada no estômago

eram borboletas a voar

era meu plexo a reclamar

a ausência de mim

em mim

estava só dentro da noite

a soledade roendo fundo, fundo

e as borboletas batendo as asas...

sem dó

debatendo-se enquanto eu voltava a olhar a lua

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 14/08/2017
Código do texto: T6083602
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