SOLEDADE
fiquei um tempo a olhar a rua
a olhar a lua
fiquei um tempo
retirada
afastada
e uma dor a crescer em mim
abri o portão
entrei no jardim
no silêncio da noite ouvi meus passos
senti uma pontada no estômago
eram borboletas a voar
era meu plexo a reclamar
a ausência de mim
em mim
estava só dentro da noite
a soledade roendo fundo, fundo
e as borboletas batendo as asas...
sem dó
debatendo-se enquanto eu voltava a olhar a lua