Vulto solitário
Levo o mundo em minha mão
louco mundo insano.
Eu, a procura de tudo
nada quero
Não tenho palavras para descrever
o quanto afundo-se em meu próprio ser
não tenho imagens para mostrar
a viagem solitária que faz meu coração
Talvez morra antes do horizonte
onde há solidão que aterrisse
onde o peito aguenta qualquer mesmice
defronte a própria transmutação
Quando estiver mais volátil, secarei ao ar
filtrarei os segredos exalados pela vida.
Meu destino é ir para longe
onde o coração se feche na folhagem
Bem longe
onde a alma possa ser livre como inseto
assim podereis mirar em devaneios
e vagar sem compromisso
Sem paixões, sem desprezos
apenas como vulto navegarei
transformando em fuga o que me assusta
no meu próprio hirto de pavor
Contudo, o coração estará tão leve
tão breve partirei
nos céus de límpido vento
não mais sentirei!
Enfim,
sorrirei como um vivo antigo.