Vulto solitário

Levo o mundo em minha mão

louco mundo insano.

Eu, a procura de tudo

nada quero

Não tenho palavras para descrever

o quanto afundo-se em meu próprio ser

não tenho imagens para mostrar

a viagem solitária que faz meu coração

Talvez morra antes do horizonte

onde há solidão que aterrisse

onde o peito aguenta qualquer mesmice

defronte a própria transmutação

Quando estiver mais volátil, secarei ao ar

filtrarei os segredos exalados pela vida.

Meu destino é ir para longe

onde o coração se feche na folhagem

Bem longe

onde a alma possa ser livre como inseto

assim podereis mirar em devaneios

e vagar sem compromisso

Sem paixões, sem desprezos

apenas como vulto navegarei

transformando em fuga o que me assusta

no meu próprio hirto de pavor

Contudo, o coração estará tão leve

tão breve partirei

nos céus de límpido vento

não mais sentirei!

Enfim,

sorrirei como um vivo antigo.

Rafaela Romero
Enviado por Rafaela Romero em 11/08/2017
Reeditado em 11/08/2017
Código do texto: T6080497
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