SINFONIA NA ESCURIDÃO
Nunca entenderam, nunca perceberam que a música de notas noturnas,
Tinha um sabor doce de quando a lua toca o mar,
E joga seu tapete prata sobre as ondas,
Queimando a água sob sua luz gelada,
Enquanto faz tocar a sinfonia na escuridão.
Nunca entenderam que os lobos saem à noite, mas são guiados pela luz da lua,
Que não brilhava sozinha, mas clareava,
E entre a penumbra os uivos se imiscuíam aos ventos,
Cantavam os lobos a solitária canção,
E quem ainda respirava ouvia a sinfonia na escuridão.
Nunca entenderam que os calados não tinham suas bocas mordaças,
Apenas observavam que à noite era apenas um disfarce do céu,
Que na escuridão chorava sem ninguém ver,
A despedida de seu sol,
E o orvalho eram as lágrimas de quem ouvia a sinfonia na escuridão.
Nunca entenderam que a música era constante,
Mesmo quando a lua iluminava,
E os lobos uivavam,
Enquanto o orvalho caía,
Se ouvia a sinfonia na escuridão.
Mas não cabiam explicações,
Pois o vento poderia as palavras levar,
E se o nascer do dia fosse um milagre ou utopia,
Eu faria deste abraço um lar durante essa noite,
Para não sentir medo enquanto ouço a sinfonia na escuridão.