Corações Urbanos
Grande cidade, ilha de concreto,
Labirinto de avenidas, ruas e becos.
Ramificações que são múltiplos caminhos,
Trilhas para lugares que levam ao nada,
Pois que esperança e realização estão distantes.
Relevo urbano, artesanato da história.
O abstrato se molda em elemento concreto.
Mesclam-se cimento, pedras, tijolos e ferro.
O concreto ergue-se em ângulo reto ao asfalto.
Presente em que passado recebe afronta do futuro.
Imagens frias, estéticas tragadas pela impessoalidade.
O exercício das formas geométricas,
Linhas, curvas, retas, pontos de encontro e ângulos.
O milagre da mágica dos números,
Artefatos dominados pelo poder da engenharia.
Monumentos que prometem a liberdade,
Mas que aprisionam sem possuírem grades.
Em meio a esses abrigos empilhados,
Acondicionados em cercas de paredes,
Pulsam no calor do desejo corações vermelhos,
Tintos de afetos e emoções, transbordando em vida.
Um existir que não quer morrer, em cérebros exaustos,
Em olhos sonhadores emoldurados por janelas.
Sonhos aprisionados no brilho intenso dos olhares.
E o mundo lança suas luzes e recebe essa luz humana.
Luzes do cenário natural mescladas a luzes artificiais.
Existe uma música formada de silêncio e cacofonia.
Viventes riem-se através da perdida alegria infantil,
E escondem lágrimas das suas tristezas já maduras.
Uma máquina, um mecanismo urbano, a cidade não para,
O movimento não pode parar. Bênção ou maldição?
Cenário urbano mergulhado na sua eterna insônia.
Tem nuances de beleza que seduzem e encantam,
Tem cores disformes, perdidas entre opacas e vibrantes.
Causa atração, mas também temor e até repugnância.
O profundo céu e sua visão mítica,
Com a imaginação se sobrepondo à astronomia.
E lá, logo abaixo, o finito quer parecer infinito,
Como que geografia urbana em expansão,
A expandir-se em força humana desafiando a natureza,
Desafiando o brilho do luar e das estrelas.
Sombras que copiam a forma dos corpos iluminados,
Que se esvaziam da essência e da alma que alimentam a realidade.
Em uma noite fria,
Em que o calor da correnteza sanguínea se faz presente,
A vida insiste em fazer-se expressão, mesmo em meio ao inorgânico.
Velozes carros desafiam-se em luzes intensas e motores vibrantes.
Seres vivos atiram olhares e sorrisos tentando vencer a solidão.
Grande cidade, ilha de concreto,
Labirinto de avenidas, ruas e becos.
Ramificações que são múltiplos caminhos,
Trilhas para lugares que levam ao nada,
Pois que esperança e realização estão distantes.
Relevo urbano, artesanato da história.
O abstrato se molda em elemento concreto.
Mesclam-se cimento, pedras, tijolos e ferro.
O concreto ergue-se em ângulo reto ao asfalto.
Presente em que passado recebe afronta do futuro.
Imagens frias, estéticas tragadas pela impessoalidade.
O exercício das formas geométricas,
Linhas, curvas, retas, pontos de encontro e ângulos.
O milagre da mágica dos números,
Artefatos dominados pelo poder da engenharia.
Monumentos que prometem a liberdade,
Mas que aprisionam sem possuírem grades.
Em meio a esses abrigos empilhados,
Acondicionados em cercas de paredes,
Pulsam no calor do desejo corações vermelhos,
Tintos de afetos e emoções, transbordando em vida.
Um existir que não quer morrer, em cérebros exaustos,
Em olhos sonhadores emoldurados por janelas.
Sonhos aprisionados no brilho intenso dos olhares.
E o mundo lança suas luzes e recebe essa luz humana.
Luzes do cenário natural mescladas a luzes artificiais.
Existe uma música formada de silêncio e cacofonia.
Viventes riem-se através da perdida alegria infantil,
E escondem lágrimas das suas tristezas já maduras.
Uma máquina, um mecanismo urbano, a cidade não para,
O movimento não pode parar. Bênção ou maldição?
Cenário urbano mergulhado na sua eterna insônia.
Tem nuances de beleza que seduzem e encantam,
Tem cores disformes, perdidas entre opacas e vibrantes.
Causa atração, mas também temor e até repugnância.
O profundo céu e sua visão mítica,
Com a imaginação se sobrepondo à astronomia.
E lá, logo abaixo, o finito quer parecer infinito,
Como que geografia urbana em expansão,
A expandir-se em força humana desafiando a natureza,
Desafiando o brilho do luar e das estrelas.
Sombras que copiam a forma dos corpos iluminados,
Que se esvaziam da essência e da alma que alimentam a realidade.
Em uma noite fria,
Em que o calor da correnteza sanguínea se faz presente,
A vida insiste em fazer-se expressão, mesmo em meio ao inorgânico.
Velozes carros desafiam-se em luzes intensas e motores vibrantes.
Seres vivos atiram olhares e sorrisos tentando vencer a solidão.