A Noite

Escuridão se revela lentamente,
como uma velha conhecida, ela se mostra,
desejoso, por ela espero contente,
sem brusquidão, dá-me tímida amostra.

Espectro faminto e insone,
encoberto pelo manto do luar,
por ventura, desta vez eu me apaixone,
em contemplação, venha lenta me embalar.

Da sacada, tal qual o eterno casal,
de história mítica e dramática,
imagino se encontrarei destino igual,
como personagem de odisseia enigmática.

A solidão, ao som do silêncio, se faz varonil,
ataca-me como que em vitupério pessoal
apresenta-se em púnico tom febril,
contudo liberto-me, não mais lhe sou leal.

imagem-google
Marcus Hemerly
Enviado por Marcus Hemerly em 02/08/2017
Reeditado em 15/12/2017
Código do texto: T6071982
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.