Doses de tantas madrugadas
Tantas pessoas soltas, tantas outras apegadas...
tantas falsas alegrias, tantos olhares e risadas,
e a noite passando a esmo no deserto de cada um,
à procura de um oásis nessas terras ressecadas.
embriago as frustrações nesse habitat incomum.
Os rostos sempre distorcidos, as pupilas dilatadas,
lágrimas misturadas a sorrisos, as falas dissimuladas.
O tempo passando entre tantos, e para mim, tudo parado.
Mulheres tão parecidas com suas histórias inacabadas,
e eu na mesma sensação de estar no lugar errado...
outra noite perdida entre doses dessas tantas madrugadas,
num rumo desconexo, solitário, entre tantas almas afobadas,
a carência por companhia falando mais alto que o arbusto,
os jardins mudando de cores, e no final, sempre o mesmo susto,
outra vez, como tantos outros, acordando em camas erradas...